Segurança cibernética é uma frente crítica e permanente para toda organização conectada. A cada semana, uma empresa de tamanho médio sofre cerca de 1.876 ataques cibernéticos, um aumento de 75% em relação a 2023. No Brasil, a situação é ainda mais grave: no terceiro trimestre de 2024, empresas enfrentaram 2.766 tentativas de ataque semanais, um salto de 95% frente ao ano anterior.  

Esses dados são reflexos de um ambiente de risco constante, em que proteção de dispositivos, gestão de vulnerabilidades e resposta a ameaças precisam estar integradas ao cotidiano das operações. Segundo o FortiGuard Labs, o Brasil registrou mais de 356 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos em 2024, além de 372 mil ataques DDoS apenas no primeiro semestre. 

Diante desses números, vale olhar com mais atenção para onde esses ataques estão acontecendo, quem são os principais alvos e o que isso revela sobre o momento atual da segurança digital. Continue a leitura para, com dados do Brasil e de outros países, entender onde os riscos mais crescem e por quê. 

O cenário atual da segurança cibernética no Brasil e no mundo 

Estatísticas no Brasil: Ataques cibernéticos 

O Brasil vive um cenário crônico de exposição digital. Entre agosto de 2023 e julho de 2024, foram registradas mais de 700 milhões de tentativas de ataques cibernéticos no país, uma média de 1.379 por minuto, segundo a Kaspersky.  

Esse volume coloca o país como um dos mais visados da América Latina, concentrando cerca de 38,7% de toda a atividade maliciosa da região, segundo o FortiGuard Labs. Essa proporção escancara uma fragilidade persistente na segurança da informação: muitas organizações ainda operam com estruturas reativas, pouca visibilidade sobre seus ativos digitais e defesas fragmentadas. 

Não à toa, o terceiro trimestre de 2024 foi um dos mais críticos já registrados, com aumento de 95% no número médio de ataques semanais em relação ao mesmo período do ano anterior. Um salto que não apenas revela o crescimento da atividade criminosa, mas também o quanto as defesas atuais continuam aquém da complexidade do ambiente digital. 

Panorama internacional: Desigualdade na segurança cibernética 

No âmbito global, o Global Cybersecurity Outlook 2024 (WEF + Accenture) aponta para o aumento da discrepância entre países em termos de capacidade de defesa, alertando para uma “desigualdade cibernética” crescente.  

O relatório da ENISA de 2024 também evidencia quais ameaças mais proeminentes afetam as organizações: ataques à disponibilidade (como DDoS), ransomware e violações de dados lideram a lista.

Quais são os setores mais ameaçados? 

Saúde e dados sensíveis 

Organizações do setor de saúde são alvos frequentes por lidarem com dados pessoais extremamente sensíveis (prontuários, históricos clínicos). A exposição desses dados pode gerar sanções regulatórias, processos de privacidade e danos reputacionais severos. 

Indústria e produção 

No ambiente industrial, ataques contra sistemas operacionais em chão de fábrica, sensores IoT e redes de controle (OT) têm se intensificado. A interrupção de uma linha produtiva pode gerar prejuízos enormes em pouco tempo. 

Serviços financeiros e fraudes digitais 

O setor financeiro já lida com tentativas constantes de fraudes, invasões a sistemas de pagamentos, phishing e golpes envolvendo engenharia social. A sofisticação desses ataques acompanha a evolução dos sistemas digitais financeiros. 

Agronegócio e logística 

Apesar de menos visível ao público, agronegócio e cadeia logística têm sido alvo de ataques para interromper operações críticas, sequestrar dados estratégicos e explorar vulnerabilidades nos sistemas de controle e rastreamento. 

Principais ameaças enfrentadas pelas empresas 

Ataques cibernéticos não são eventos aleatórios, eles seguem padrões, se adaptam às defesas e evoluem com o próprio avanço tecnológico.  

Entender as principais ameaças que afetam empresas hoje é fundamental para planejar estratégias defensivas mais eficientes. A seguir, destacamos os vetores mais recorrentes e perigosos enfrentados pelas organizações em 2024 e 2025. 

Ransomware 

Funcionamento e impacto

Ransomware continua dominando os headlines porque une dois fatores perigosos: paralisação operacional + extorsão de dados. Normalmente, o ataque envolve infiltração na rede, encriptação de dados e demanda por resgate. Em muitos casos, exige-se também a publicação dos dados roubados, aumentando a pressão sobre a vítima, é o modelo de dupla extorsão. 

Em 2024, observou-se um crescimento expressivo no número de grupos ativos: de 68 para 95, ou seja, um aumento de cerca de 40 %. Também houve forte pressão nas quantias pagas e no volume de incidentes. Segundo a Rapid7, no terceiro trimestre de 2024, o pagamento médio de resgate chegou a cerca de US$ 479.237, e 32 % das empresas optaram por pagar para recuperar seus dados. 

Phishing 

O phishing segue como porta de entrada clássica para campanhas mais sofisticadas. Ao focar executivos, atacantes buscam credenciais privilegiadas ou acesso a sistemas internos sensíveis. É comum ver e‑mails simulando comunicações internas (ex: RH, finanças), com chamadas urgentes para alterar senhas ou autorizar transações. 

Estima-se que 75 % dos ataques cibernéticos comecem por phishing. Um relatório global da jump cloud indica que 96 % dos ataques de phishing são feitos por e‑mail. 

Exploração da engenharia social 

Muito além de enviar e-mails falsos, os atacantes investem em espionagem sobre o alvo: perfis em redes sociais, linguagem corporativa, suas relações profissionais. Isso aprimora a credibilidade dos ataques e aumenta as chances de sucesso. 

Com o avanço de ferramentas de inteligência artificial, os textos e as chamadas de phishing ficam mais bem moldados, um risco que exige redes de proteção (treinamento + filtros + monitoramento constante).

Vulnerabilidades em IoT 

Dispositivos industriais e sensores 

O uso de dispositivos conectados (IoT e OT) em fábricas, prédios e cadeias logísticas amplia a superfície de ataque das empresas. Muitos ainda operam com firmware desatualizado, comunicação insegura ou falhas de autenticação, tornando-se pontos de entrada fáceis para invasores. Relatórios recentes já apontam crescimento significativo desses incidentes, especialmente em sistemas de controle industrial. 

Riscos em ambientes corporativos e críticos 

Quando sensores ou módulos conectados sustentam operações críticas, um único dispositivo comprometido pode gerar efeitos em cascata — como paradas de produção, falhas de qualidade ou riscos à segurança física. A falta de visibilidade sobre esses ativos conectados segue sendo uma das principais vulnerabilidades nesse cenário. 

Ataques à nuvem 

Falhas de configuração 

A migração acelerada para a nuvem trouxe ganhos de flexibilidade, mas também erros comuns de configuração, como permissões excessivas, APIs inseguras e buckets expostos. Segundo a SentinelOne, 23% dos incidentes em nuvem têm origem nesses problemas, que abrem caminho para invasões e vazamento de dados. 

Necessidade de monitoramento contínuo 

Ambientes em nuvem são dinâmicos: máquinas virtuais, containers e serviços surgem e desaparecem o tempo todo. Confiar apenas em configurações iniciais é insuficiente; é preciso monitoramento constante, alertas em tempo real e revisões periódicas de permissões para reduzir o risco de exposição. 

Impactos dos ataques na segurança cibernética 

Os ataques atingem todo um negócio, não apenas os sistemas de TI. Do hall de entrada até a confiança dos clientes, cada incidente carrega um efeito cascata que pode custar caro em diferentes dimensões. 

1 – Impactos operacionais 

Um incidente pode parar linhas de produção, sistemas de logística ou serviços digitais críticos. Em 2024, empresas vítimas de ransomware ficaram em média 23 dias inativas, segundo o Ponemon Institute quase um mês de operações comprometidas. 

2 – Impactos financeiros 

O custo médio global de um ataque chegou a US$ 4,45 milhões, de acordo com a IBM. Além disso, falhas em proteção de dados podem gerar multas pesadas pela LGPD, que chegam a 2% do faturamento anual, limitadas a R$ 50 milhões por infração. 

3 – Impactos estratégicos 

Vazamento de dados sigilosos e perda de propriedade intelectual enfraquecem a competitividade. Projetos e patentes podem ser copiados, eliminando anos de pesquisa e investimento. 

4 – Impactos reputacionais 

A confiança do cliente é um ativo frágil: mais de 50% dos consumidores afirmam que deixariam de contratar uma empresa após uma violação de dados (PwC). Esse efeito também se estende a investidores, parceiros e até talentos de mercado. 

Microsoft Defender for Endpoint: maturidade em segurança cibernética

Diante de um cenário de ataques cada vez mais sofisticados, ter múltiplas ferramentas desconectadas deixou de ser uma estratégia eficiente. O que as empresas precisam é de uma proteção integrada, que una análise, monitoramento e gestão em um só ecossistema.

É justamente isso que o Microsoft Security Workloads oferece: uma plataforma que concentra diferentes soluções em segurança cibernética, evitando a necessidade de contratar e operar diversos sistemas separados. 

A linha de frente da segurança cibernética 

O Microsoft Defender for Endpoint é a base dessa estratégia. Ele combina detecção em tempo real, resposta automatizada e análise comportamental para proteger endpoints contra ameaças conhecidas e avançadas.

Mais do que identificar incidentes, o Defender ajuda a elevar a maturidade em segurança, reduzindo a superfície de ataque e permitindo reação rápida a tentativas de invasão. 

Microsoft Sentinel: inteligência contra ameaças 

O Microsoft Sentinel atua como uma solução de SIEM (Security Information and Event Management) e SOAR (Security Orchestration, Automation and Response), oferecendo monitoramento centralizado e resposta automatizada a incidentes.

Ele analisa logs, correla eventos e gera insights que ajudam a antecipar riscos em larga escala, conectando informações de todo o ambiente de TI. 

Microsoft Entra ID e Intune: identidade e dispositivos sob controle 

A identidade digital é um dos maiores vetores de risco — e é aí que o Microsoft Entra ID (antigo Azure Active Directory) se torna essencial. Ele garante gestão segura de acessos e autenticação multifator, aplicando políticas adaptativas que reduzem riscos de phishing e uso indevido de credenciais. 

Complementando essa proteção, o Microsoft Intune garante gestão unificada de dispositivos (corporativos ou BYOD), permitindo aplicar políticas de segurança, atualizações e conformidade sem comprometer a produtividade dos usuários. 

Microsoft Purview e Zero Trust: proteção contínua 

Enquanto o Defender protege os endpoints e o Sentinel analisa ameaças, o Microsoft Purview foca na governança e proteção de dados. Ele ajuda a identificar, classificar e aplicar políticas de segurança a informações sensíveis, reduzindo riscos de vazamentos e garantindo conformidade regulatória. 

Essa abordagem é sustentada pela estratégia Zero Trust, que parte do princípio de que nada nem ninguém é confiável por padrão. Cada acesso é validado, cada dispositivo é monitorado e cada interação é analisada continuamente, assegurando uma proteção em camadas contra ataques modernos. 

Conclusão: O futuro da segurança cibernética empresarial 

O aumento constante de ataques mostra que apenas defesas pontuais não são suficientes: é preciso investir em soluções integradas, capazes de proteger dados, identidades, dispositivos e processos críticos de ponta a ponta. 

Na BHS, apoiamos empresas na adoção do ecossistema de Microsoft Security Workloads, que reúne ferramentas como Defender for Endpoint, Sentinel, Entra ID, Intune e Purview em uma estratégia baseada em Zero Trust. Se a sua organização busca elevar a maturidade em segurança e reduzir riscos de forma eficiente, fale com nossos especialistas e descubra como transformar sua proteção digital em uma vantagem competitiva